A intensificação das regras de entrada nos Estados Unidos durante o governo Donald Trump tem reduzido o fluxo de turistas estrangeiros ao país, que possui o maior PIB do mundo. De janeiro a junho deste ano, o total de visitantes internacionais caiu 3%, segundo dados do Departamento de Comércio norte-americano.
O impacto, porém, foi bem menor entre brasileiros. No mesmo período, o número de turistas vindos do Brasil subiu 5,7%, contrariando a tendência global e chamando a atenção do setor turístico americano.
A queda geral foi puxada principalmente pelos canadenses, que representam um quarto de todos os visitantes estrangeiros nos EUA. Em apenas um ano, houve retração de 17,7% — 1,7 milhão de viagens a menos. As ameaças de Trump de anexar o Canadá e a imposição de tarifas de importação estimularam um sentimento antiamericano entre os canadenses.
Apesar das tensões, o número de visitantes mexicanos — que também correspondem a cerca de um quarto dos turistas estrangeiros — aumentou 12,5% no período. Aproximadamente 930 mil mexicanos adicionais entraram legalmente nos EUA no intervalo analisado. Embora o México também tenha enfrentado tarifas impostas por Trump, o relacionamento político com a presidente Claudia Sheinbaum foi mais estável. Além disso, empresas que deixaram a China passaram a produzir no México, impulsionando a economia local.
No caso do Brasil, o interesse crescente tem sido visto como uma oportunidade para compensar a queda de turistas de outras nacionalidades. “O Brasil é um ponto de destaque para Washington D.C., que projeta um aumento de 5% nas viagens de brasileiros em 2025”, afirma Elliot L. Ferguson, presidente da Destination DC, órgão responsável por promover o turismo na capital americana.
Ferguson visitou recentemente o Brasil para reuniões com agentes de viagens que começam a organizar pacotes de 2026, estimulados pela Copa do Mundo daquele ano, que será sediada nos Estados Unidos, e pelas comemorações dos 250 anos da independência americana.
Fonte: Exame

