Um tribunal federal de apelações decidiu, nesta quinta-feira (5), suspender temporariamente a decisão de uma juíza que determinava o fim da presença da Guarda Nacional nas ruas de Washington, D.C. A medida concede mais tempo para que os magistrados analisem o caso e não representa, segundo o próprio tribunal, um julgamento sobre o mérito da questão.
A decisão original, da juíza Jia Cobb, concluiu que o presidente Donald Trump excedeu sua autoridade ao mobilizar a Guarda Nacional do distrito e de outros estados para atuar no combate ao crime na capital, sem consultar o governo local. Para Cobb, embora o presidente possa agir para proteger propriedades e funções federais, ele não pode utilizar tropas para funções de policiamento local a seu critério.
O governo Trump recorreu imediatamente, classificando a decisão como uma interferência indevida nos poderes do Executivo e do Congresso. “O presidente exerceu sua autoridade legal ao mobilizar a Guarda Nacional para D.C.”, afirmou a porta-voz da Casa Branca, Abigail Jackson.
O conflito judicial ocorre em meio a um clima de tensão na capital. Em agosto, Trump declarou estado de emergência por crimes em Washington. Um mês depois, mais de 2.300 integrantes da Guarda Nacional de oito estados passaram a patrulhar a cidade sob comando do secretário do Exército. O governo também enviou agentes federais adicionais para reforçar as operações.
A discussão ganhou novo peso após o ataque que deixou a soldado Sarah Beckstrom morta e feriu gravemente o sargento Andrew Wolfe, ambos da Guarda Nacional da Virgínia Ocidental, durante patrulhamento de uma estação de metrô próxima à Casa Branca. O suspeito, Rahmanullah Lakanwal, cidadão afegão de 29 anos, foi preso e responde por homicídio.
Após o ataque, o governo solicitou o envio de mais 500 militares. A governadora do Arkansas, Sarah Huckabee Sanders, anunciou que enviará 100 integrantes de sua Guarda Nacional.
O governo também enfrenta desafios em outras cidades. Um tribunal autorizou a operação da Guarda Nacional em Los Angeles, enquanto decisões judiciais em Portland e Chicago contestam o alcance da autoridade presidencial para mobilizar tropas estaduais.
Fonte: CBS
