A secretária de Segurança Interna, Kristi Noem, afirmou neste domingo que o suspeito do ataque que deixou dois integrantes da Guarda Nacional feridos em Washington, D.C., teria sido “radicalizado desde que ele está aqui no país”, após ter chegado aos Estados Unidos em setembro de 2021 vindo do Afeganistão. A declaração foi dada em entrevistas televisivas após a detenção de Rahmanullah Lakanwal, 29, que foi baleado por um militar da Guarda no momento do ataque e está hospitalizado.
Lakanwal entrou nos EUA sob a operação de reassentamento conhecida como Operation Allies Welcome. A CIA confirmou que ele chegou a trabalhar com forças parceiras que apoiaram os EUA no Afeganistão. A administração Trump, em resposta ao atentado, suspendeu temporariamente o processamento de pedidos de imigração de afegãos e ordenou uma reavaliação de green cards de cidadãos de 19 países considerados “de preocupação”.
Noem sugeriu que o suspeito havia desenvolvido laços com “elementos radicalizados” em seu meio nos EUA e que as novas medidas de triagem do governo — incluindo checagens biométricas e varredura de redes sociais — são mais rigorosas do que as realizadas durante a administração anterior. Ela afirmou que as investigações continuarão a mapear contatos e comunicações de Lakanwal.
Especialistas em contraterrorismo consultados por veículos americanos alertaram, porém, que vetagem prévia não é capaz de prever se uma pessoa se tornará violenta no futuro. Samantha Vinograd, ex-funcionária da área de contraterrorismo, afirmou que refugiados afegãos passaram por checagens em trânsito antes de entrar nos EUA e que o suspeito teria passado por revisões adicionais ao requerer asilo — argumentando que não há, até o momento, sinais públicos de falha no processo de triagem que justifiquem a associação direta entre o caso e fragilidade do sistema.
Autoridades locais e federais seguem investigando o motivo do ataque, enquanto processos criminais foram anunciados pela promotoria. Uma das vítimas, a soldado Sarah Beckstrom, de 20 anos, veio a falecer; a outra vítima permanece em estado crítico. O episódio provocou nova escalada de medidas migratórias por parte do governo, em especial voltadas a afegãos e a estrangeiros provenientes de países incluídos na lista de “preocupação”.
Fonte: CBS

