A Administração Federal de Aviação (FAA) anunciou nesta quinta-feira que apenas 776 controladores de tráfego aéreo e técnicos que mantiveram presença perfeita durante o shutdown de 43 dias receberão bônus de US$ 10 mil. Outros quase 20 mil trabalhadores que também atuaram sem remuneração durante o período não serão contemplados.
O prolongado shutdown fez vários controladores faltarem ao trabalho diante das dificuldades financeiras, como falta de dinheiro para gasolina ou creche. As ausências provocaram atrasos nos aeroportos e levaram o governo a ordenar a redução de voos em 40 terminais movimentados.
A sugestão dos bônus foi feita pelo presidente Donald Trump, que também cogitou punir financeiramente quem faltou — algo que a FAA não confirmou que fará. Já o secretário de Transportes, Sean Duffy, disse que os bônus reconhecem a dedicação de quem “nunca perdeu um turno”, descrevendo-os como patriotas que mantiveram a aviação segura.
Sindicatos criticaram a decisão. A Associação Nacional de Controladores afirmou que somente 311 dos seus mais de 10 mil membros receberão o benefício. O grupo ressaltou que, embora esses profissionais mereçam reconhecimento, milhares trabalharam sem receber e ficaram de fora. A federação dos técnicos também disse que todos os trabalhadores deveriam ser reconhecidos, não apenas os 423 premiados.
O deputado democrata Rick Larsen questionou por que todos os servidores que mantiveram o sistema aéreo funcionando não receberão bônus. A FAA, que já sofria com falta crítica de pessoal antes do shutdown, enfrentou mais demissões e aposentadorias durante a crise. Muitos controladores trabalham seis dias por semana, por turnos de dez horas, devido ao déficit estrutural.
Com o aumento das faltas, a FAA ordenou a redução de voos para aliviar a pressão. Segundo Duffy, especialistas em segurança estavam preocupados com relatos de pilotos sobre respostas lentas dos controladores e episódios de incursão em pista. Com o fim do shutdown e melhora no efetivo, os voos começaram a ser normalizados esta semana.
Fonte: CBS

