O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a pressionar cidades administradas por democratas que receberão jogos da Copa do Mundo do próximo ano, insinuando que poderá solicitar à FIFA a transferência das partidas caso considere que a criminalidade esteja elevada ou que as lideranças locais não estejam cooperando com o governo federal. A declaração foi feita nesta segunda-feira (17), durante pronunciamento no Salão Oval ao lado do presidente da entidade, Gianni Infantino.
Questionado sobre possíveis critérios para retirar jogos das cidades-sede, Trump afirmou que governadores e prefeitos “precisam se comportar” e citou especificamente a Califórnia, mencionando problemas de criminalidade e falhas na resposta a incêndios. Ele disse estar disposto a enviar a Guarda Nacional para auxiliar cidades como Los Angeles, caso haja qualquer sinal de instabilidade.
No mês passado, Trump já havia ameaçado retirar partidas de Boston após críticas à prefeita Michelle Wu, do Partido Democrata. Ao ser novamente questionado sobre eventuais requisitos para realocação de jogos, o presidente manteve o tom vago e reforçou que pediria a Infantino a troca de cidade caso detectasse “qualquer sinal de problema”.
Infantino evitou endossar diretamente as ameaças e afirmou que a segurança é a prioridade máxima da organização, destacando a confiança internacional nos Estados Unidos como país-sede. Ele ressaltou que FIFA e governo americano trabalham juntos por meio de uma força-tarefa para garantir um ambiente seguro e festivo para torcedores.
Uma eventual transferência de partidas seria uma medida sem precedentes para um evento da magnitude da Copa do Mundo. As cidades-sede foram anunciadas em 2022 e vêm investindo pesadamente em infraestrutura, segurança e logística. No entanto, essa preparação colide com a estratégia de Trump de mobilizar forças federais em cidades governadas por democratas para combater crime e imigração ilegal — operações criticadas por opositores e ativistas que denunciam abusos e ações coercitivas.
Trump reiterou que preferiria que os líderes democratas pedissem ajuda federal voluntariamente. “Se eles nos avisassem agora, não teriam problema”, declarou. “Porque se entrarmos, eles não terão problema.”
Fonte: CNN

