Um júri em Washington, D.C. absolveu Sean Dunn da acusação de agressão leve por ter jogado um sanduíche em um agente federal durante um protesto contra a presença de forças de segurança enviadas pelo governo Trump à capital norte-americana. O caso, que ganhou repercussão nacional, havia se tornado símbolo de resistência à operação federal e à atuação da Guarda Nacional, em seu terceiro mês na cidade.
De acordo com os documentos judiciais, Dunn lançou um “sanduíche tipo submarino” contra um agente da Patrulha de Alfândega e Fronteiras (CBP) em uma movimentada esquina de Washington, em agosto. Em vídeo exibido no tribunal, o homem aparece gritando palavrões e protestando contra a presença dos agentes antes de atirar o sanduíche no peito de um deles.
O agente Gregory Lairmore, que foi atingido, testemunhou em tom bem-humorado que o sanduíche “explodiu sobre seu colete balístico”, espalhando mostarda e cebolas. “Eu podia sentir o impacto através do colete e até fiquei com um fio de cebola preso no rádio”, contou, arrancando risos da plateia.
A defesa reconheceu que Dunn jogou o sanduíche, mas classificou o ato como uma “expressão inofensiva de protesto” que “não poderia causar dano físico”. A advogada Sabrina Schroff comparou a atitude a “uma birra infantil”, dizendo que “um sanduíche não representa ameaça a quem veste um colete à prova de balas”.
Já os promotores argumentaram que o gesto ultrapassou os limites da liberdade de expressão. “Ele tinha o direito de protestar, mas não de atacar — nem mesmo com um sanduíche”, afirmou o Ministério Público, que tentou caracterizar o lançamento do alimento como uso de força.
O juiz federal Carl Nichols negou um pedido da defesa para encerrar o processo antes do julgamento, mas o júri decidiu pela inocência de Dunn, entendendo que o gesto não configurou agressão.
Após o episódio, Dunn — que trabalhava como paralegal no Departamento de Justiça — foi demitido de seu cargo no Setor de Assuntos Internacionais da Divisão Criminal.
Fonte: CBS

