O shutdown do governo dos Estados Unidos completou 36 dias nesta quarta-feira (5), tornando-se a mais longa paralisação da história do país. O impasse entre republicanos e democratas, que travam a aprovação do orçamento federal, já afeta mais de 1 milhão de servidores públicos e gera prejuízos estimados em pelo menos US$ 7 bilhões à economia americana.
Esta é a 15ª paralisação desde 1981, superando o recorde anterior, de 35 dias, ocorrido durante o primeiro mandato de Donald Trump. Apesar de diversas tentativas de votação, o Senado segue bloqueado, com republicanos mantendo maioria, mas sem apoio suficiente dos democratas, que exigem a manutenção de subsídios de saúde previstos na Lei de Acesso à Saúde (Affordable Care Act).
Enquanto o Congresso permanece inerte e o presidente se ausenta de Washington, os efeitos da crise se multiplicam. A assistência alimentar a milhões de americanos de baixa renda foi interrompida, agentes públicos trabalham sem salário, e relatórios econômicos oficiais foram suspensos, dificultando decisões do Federal Reserve. O Escritório de Orçamento do Congresso (CBO) estima que o primeiro mês da paralisação cause perdas de até US$ 14 bilhões.
Entre os principais impactos estão o não pagamento de servidores essenciais, o atraso em contratos de pequenos empresários, a suspensão de ofertas públicas de ações (IPOs) e o risco de 42 milhões de pessoas perderem benefícios alimentares. Além disso, a incerteza política tem paralisado contratações e investimentos, agravando o cenário de estagnação no mercado de trabalho.
Se o bloqueio persistir além do Dia de Ação de Graças (27 de novembro), economistas alertam que os efeitos poderão ser duradouros, atingindo o consumo das famílias e aprofundando a desigualdade social — com os mais ricos mantendo o ritmo de gastos e as famílias de renda média e baixa enfrentando crescente dificuldade.
Fonte: CNN

