O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou em entrevista à emissora CBS, exibida neste domingo (2), que Rússia e China estariam realizando testes nucleares “sem admitir publicamente”. A declaração foi feita durante uma conversa de cerca de uma hora e meia no programa 60 Minutes, gravada na última sexta-feira (31).
A resposta de Pequim veio rapidamente. Nesta segunda-feira (3), a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Mao Ning, negou categoricamente as alegações. “A China sempre seguiu o caminho do desenvolvimento pacífico e mantém uma política de não utilização de armas nucleares como primeiro recurso. Respeitamos nosso compromisso de suspender os testes nucleares”, afirmou.
Trump declarou que pretende retomar testes nos EUA, afirmando que o Pentágono foi instruído a “iniciar testes nucleares” diante do que chamou de ações similares de outros países. “Vamos fazer testes porque outros estão fazendo — como a Coreia do Norte e o Paquistão. As pessoas não sabem o que acontece, só sentem uma vibração”, disse. Os Estados Unidos não realizam uma detonação nuclear desde 1992.
O secretário de Energia, Chris Wright, esclareceu à Fox News que não se trata de testes explosivos, mas de “explosões não críticas”, voltadas a avaliar componentes e geometrias das armas, sem gerar uma reação nuclear. “São testes para garantir o funcionamento dos sistemas, não explosões nucleares”, explicou.
A última explosão nuclear registrada pela Rússia ocorreu em 1990 e pela China, em 1996. Desde então, apenas a Coreia do Norte realizou testes desse tipo, entre 2006 e 2017. Apesar disso, várias potências — incluindo os Estados Unidos — seguem realizando testes convencionais com mísseis, submarinos e caças. Uma retomada de testes nucleares violaria o Tratado de Proibição Completa de Testes Nucleares (CTBT), do qual Washington é signatário.
Fonte: Metrópoles

																				