Uma juíza federal de Chicago emitiu nesta quinta-feira (9) uma ordem de restrição temporária que suspende o envio de tropas da Guarda Nacional a Illinois determinado pelo governo Donald Trump. A decisão, tomada pela juíza April Perry, vale por 14 dias, até 23 de outubro, e impede que as unidades enviadas ao estado atuem em qualquer missão até nova análise judicial.
A medida foi motivada por uma ação movida pelo governo de Illinois e pela prefeitura de Chicago, que classificaram o envio das tropas como “ilegal, perigoso e inconstitucional”. A Casa Branca argumentava que o objetivo era proteger agentes e instalações federais, como o centro de detenção do ICE em Broadview, onde 45 soldados já haviam chegado.
Perry afirmou que não há evidências de uma rebelião organizada em Illinois** e classificou como “não confiável” a avaliação do Departamento de Segurança Interna (DHS) sobre a situação local. A juíza reconheceu incidentes de vandalismo e confrontos em protestos contra operações migratórias, mas considerou que as forças de segurança estaduais e municipais são capazes de manter a ordem.
Segundo a magistrada, permitir a presença de militares “apenas adicionaria combustível ao fogo” e poderia aumentar a tensão social. Ela destacou que a Guarda Nacional não possui treinamento em funções policiais e que a medida “não seria do interesse da comunidade”.
Em resposta, a Casa Branca afirmou que o presidente Trump apenas está “protegendo agentes e propriedades federais diante da inação das autoridades locais” e prometeu recorrer. Já o governador J.B. Pritzker celebrou a decisão, dizendo que “Donald Trump não é um rei e seu governo não está acima da lei”. O prefeito Brandon Johnson também chamou a decisão de “vitória para o povo de Chicago e para o Estado de Direito”.
O governo federal ainda pode recorrer da decisão, e uma nova audiência está marcada para 22 de outubro, quando a juíza decidirá se o bloqueio será prorrogado.
Fonte: CBS