Um novo estudo publicado nesta quinta-feira (9) no Journal of the American Medical Association (JAMA) mostra que os gastos do Medicaid com atendimentos de emergência a imigrantes sem documentação representam apenas 0,4% do total das despesas do programa nos Estados Unidos. Em média, isso equivale a US$ 9,63 por residente.
A pesquisa, conduzida por especialistas da Universidade Emory, da Universidade do Colorado (Anschutz Medical Campus) e da Harvard T.H. Chan School of Public Health, analisou dados fiscais de 2022 do Medicaid Budget and Expenditure System em 38 estados e Washington, D.C..
O estudo surge em meio ao debate sobre a lei de Reconciliação Orçamentária de 2025, que propõe cortes no Medicaid, incluindo o atendimento emergencial a imigrantes indocumentados. Segundo defensores da medida, o objetivo seria reduzir gastos com grupos que “não deveriam receber benefícios”.
Os pesquisadores, porém, lembram que imigrantes sem status legal não têm acesso ao Medicaid completo, Medicare ou planos da Lei de Cuidados Acessíveis (ACA), sendo elegíveis apenas ao Medicaid de Emergência, destinado a cobrir atendimentos imediatos como partos, diálise e tratamento de câncer.
Mesmo nos estados com as maiores populações de imigrantes indocumentados, os custos não ultrapassam 1% do orçamento do Medicaid, ainda que sejam cerca de 15 vezes mais altos por habitante do que em regiões com menor presença de estrangeiros.
Os autores destacam que os cortes propostos trariam economia mínima, mas afetariam de forma desproporcional os hospitais e profissionais de saúde que atendem populações imigrantes. Eles também reconhecem limitações na análise, já que 11 estados não divulgaram dados e outras formas de gastos públicos com imigrantes não foram incluídas.
Fonte: ABC