O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, afirmou nesta quarta-feira (8) que o último barco atingido por forças militares dos Estados Unidos no mar do Caribe era colombiano e transportava cidadãos de seu país. A declaração, feita em publicação na rede X, provocou forte reação da Casa Branca, que classificou a acusação como “sem fundamento” e reafirmou que a Colômbia segue sendo “um parceiro estratégico essencial”.
Segundo fontes ouvidas pela ABC News, ao menos uma das embarcações atingidas pelos EUA seria de origem colombiana. O episódio faz parte de uma série de ataques ordenados pelo governo Donald Trump contra supostos barcos ligados ao tráfico de drogas, especialmente nas proximidades da Venezuela. Em 3 de outubro, o secretário de Defesa, Pete Hegseth, afirmou ter ordenado um ataque a uma embarcação “carregando drogas em águas internacionais”, que terminou com quatro mortos.
Trump e Hegseth divulgaram um vídeo mostrando o barco em chamas, mas não informaram quem eram as vítimas nem o tipo de carga apreendida. Em resposta, Petro declarou: “As indicações mostram que o último barco bombardeado era colombiano. Espero que as famílias se apresentem. Não há guerra contra o contrabando, há uma guerra pelo petróleo”.
O governo dos EUA exigiu que o presidente colombiano retraia publicamente suas declarações, e parlamentares norte-americanos intensificaram o debate sobre a legalidade das ações militares. Senadores democratas, liderados por Adam Schiff e Tim Kaine, tentaram aprovar uma resolução para impedir novos ataques sem autorização do Congresso, mas a proposta foi derrotada por 51 votos a 48. Apenas dois republicanos, Rand Paul e Lisa Murkowski, votaram a favor da limitação dos poderes de Trump.
O secretário de Estado Marco Rubio defendeu o presidente, dizendo que ele tem autoridade para agir contra cartéis de drogas que representam ameaça direta à segurança dos EUA.
Fonte: ABC