Após meses de resistência, as tarifas impostas pelo governo Trump começam a pressionar os preços ao consumidor nos Estados Unidos. Em agosto, o Índice de Preços ao Consumidor (CPI) avançou 2,9% em relação ao ano anterior, a maior alta desde janeiro, quando o republicano iniciou seu segundo mandato. Especialistas apontam que as empresas, antes absorvendo os custos, agora começaram a repassar os aumentos aos clientes.
De acordo com dados oficiais, os produtos mais afetados foram os altamente dependentes de importação. O café, por exemplo, subiu 21% em um ano, após a aplicação de tarifa de 50% sobre grãos do Brasil, principal fornecedor. Também encareceram: equipamentos de áudio (+12%), móveis (+10%), bananas (+6,6%), vestidos femininos (+6,2%), relógios (+5,6%) e peças automotivas (+3,4%).
A disparada preocupa famílias de baixa renda, já que os salários crescem mais lentamente do que os preços. Economistas alertam que a inflação pode seguir em alta até o fim do ano, reduzindo o poder de compra e obrigando consumidores a cortar gastos supérfluos. Muitas famílias relatam já ter abandonado assinaturas de streaming e compras por impulso para garantir o básico.
Apesar disso, a Casa Branca insiste que a inflação segue em níveis controlados e atribui os custos temporários ao ajuste de mercado. O governo defende que a política tarifária, somada a investimentos privados e cortes de impostos, impulsionará um “boom econômico” nos próximos meses.
Fonte: CBS