O presidente Donald Trump confirmou nesta quarta-feira (18) que um barco suspeito de transportar drogas no mar do Caribe foi alvo de um ataque militar dos EUA, resultando na morte de 11 pessoas. Segundo o governo, os tripulantes eram membros do Tren de Aragua, organização criminosa venezuelana classificada como grupo terrorista pelos EUA em fevereiro. Trump afirmou que havia “massivas quantidades de drogas” a bordo e que a operação serve de recado a outros traficantes.
Apesar da justificativa, a base legal do ataque é incerta. A designação de cartéis como organizações terroristas estrangeiras permite restrições financeiras, mas especialistas dizem que não autoriza automaticamente o uso de força letal — o que normalmente exigiria autorização formal do Congresso por meio de um AUMF (Authorization for Use of Military Force). Até agora, não está claro se o Legislativo foi informado da operação.
O ataque, que representa uma escalada na política antidrogas de Trump, foi elogiado por aliados como o secretário de Estado Marco Rubio, que defendeu ações militares contra traficantes. Já críticos afirmam que a medida viola o direito internacional e abre espaço para abusos de poder presidencial.
A ofensiva também aumentou as tensões com a Venezuela, que acusa os EUA de usar o combate ao narcotráfico como pretexto para uma intervenção militar. O embaixador venezuelano na ONU, Samuel Moncada, e o presidente Nicolás Maduro classificaram o ataque e o envio de oito navios de guerra norte-americanos à região como uma “ameaça criminosa” e violação da soberania.
Fonte: ABC