O Senado dos Estados Unidos aprovou nesta terça-feira (24) por uma margem apertada o “Big, Beautiful Bill” — projeto de lei orçamentária e fiscal promovido pelo presidente Donald Trump. A medida foi aprovada por 51 votos a 50, com o vice-presidente JD Vance exercendo o voto de minerva. Três senadores republicanos — Rand Paul (KY), Thom Tillis (NC) e Susan Collins (ME) — votaram contra, junto à bancada democrata.
O projeto, que ainda precisa passar pela Câmara para aprovação final, é uma das maiores apostas legislativas do segundo mandato de Trump. Ele inclui aumentos expressivos em gastos com segurança nas fronteiras, defesa e produção de energia, além da renovação de cortes de impostos trilionários. Para equilibrar parte dos custos, o texto prevê cortes em programas sociais como Medicaid e assistência alimentar.
O Escritório de Orçamento do Congresso (CBO) estima que o projeto aumentará o déficit público em cerca de US$ 3,3 trilhões na próxima década. Ainda assim, a liderança republicana conseguiu angariar apoio suficiente após longas negociações e alterações de última hora.
A senadora Lisa Murkowski (AK), que estava indecisa, votou a favor após incluir emendas que beneficiam seu estado. Ela afirmou ter "lutado com o impacto sobre os mais vulneráveis", mas disse que "precisava colocar o Alasca em primeiro lugar".
A votação veio após uma sessão extenuante, com senadores enfrentando uma série de emendas durante a chamada "vote-a-rama". Democratas tentaram atrasar e modificar o texto, mas nenhuma das principais propostas de alteração foi aprovada.
O líder da maioria no Senado, John Thune (SD), que articulou o apoio interno ao projeto, comemorou: “Foi uma vitória incrível para o povo americano”. Trump, que acompanhava de perto o andamento da votação durante uma viagem à Flórida, disse esperar uma tramitação mais tranquila na Câmara e prometeu sancionar o texto até 4 de julho.
O líder democrata Chuck Schumer, por sua vez, criticou duramente o projeto e os cortes em programas sociais, afirmando que os republicanos "traíram o povo americano" ao se submeterem à agenda do presidente.
Fonte: CBS