O cessar-fogo entre Israel e Irã, anunciado pelo presidente Donald Trump após 12 dias de intenso confronto, trouxe alívio temporário à comunidade internacional — mas um novo sinal de alerta dentro dos Estados Unidos continua acesso. Agências de segurança do país, incluindo o FBI e o Departamento de Segurança Interna (DHS), emitiram comunicados sobre o aumento do risco de ataques terroristas em território americano, em resposta direta aos bombardeios realizados contra instalações nucleares iranianas na semana passada.
Segundo fontes da CBS News, um memorando interno distribuído a diretores regionais do FBI ordena a priorização de recursos para o combate ao terrorismo, incluindo ameaças domésticas. O foco está voltado para possíveis represálias por parte de células extremistas ligadas ao Irã, além de ataques cibernéticos e ações antissemitas.
O alerta do DHS, divulgado no último domingo, reforça essa preocupação. A pasta destaca que, caso líderes iranianos emitam um decreto religioso incentivando ações violentas, é "provável" que extremistas tentem agir dentro dos EUA. O alerta também cita a possibilidade de aumento de crimes de ódio contra judeus e ataques coordenados a infraestruturas críticas.
Em paralelo, o presidente Trump confirmou que os EUA devem se reunir com representantes iranianos na próxima semana, ainda sem local ou nomes definidos. Em coletiva durante a cúpula da OTAN, na Holanda, o republicano declarou que os ataques às instalações nucleares iranianas foram "uma destruição completa" e que a ameaça nuclear foi neutralizada. No entanto, uma avaliação da Agência de Inteligência de Defesa dos EUA aponta que os danos ao programa nuclear do Irã podem ter sido limitados, com um atraso de apenas alguns meses, contrariando as declarações otimistas da Casa Branca.
Enquanto isso, o Irã já ameaça acelerar seu programa nuclear, rompendo os últimos laços com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). O Parlamento iraniano aprovou uma proposta para suspender a cooperação com o órgão, sob a alegação de que a AIEA teria se omitido diante dos ataques a instalações nucleares iranianas. A medida ainda depende da aprovação do aiatolá Ali Khamenei.
Diante do novo cenário, autoridades estaduais americanas já começaram a reagir. A governadora de Nova York, Kathy Hochul, determinou o reforço da segurança em pontos sensíveis como estações de metrô e terminais de transporte. A Polícia de Nova York (NYPD) também emitiu um alerta interno para suas unidades, orientando vigilância redobrada.
Em toda a Flórida, agências locais de segurança pública informaram à população que, após os acontecimentos no Oriente Médio, têm intensificado a segurança e as patrulhas em todo o estado ensolarado.
Particularmente no sul da Flórida — que abriga uma das maiores populações judaicas dos Estados Unidos — departamentos de polícia municipais e gabinetes dos xerifes dos condados estão em estado de alerta máximo, orientando todos os floridianos a reportarem qualquer atividade suspeita.
As polícias das cidades de Hallandale Beach, North Miami, Sunny Isles Beach e Miami Beach declararam especificamente que estão aumentando a presença de agentes em sinagogas, escolas e outros locais-chave ligados às comunidades judaicas, para garantir a segurança e a proteção da população.
Especialistas em segurança alertam que o risco vai além de ações coordenadas por grupos organizados. O clima de tensão crescente pode inspirar ataques individuais motivados por ideologias extremistas, especialmente diante da polarização política e religiosa.
Apesar do cessar-fogo momentâneo entre Israel e Irã, a perspectiva de estabilidade permanece incerta. A retórica agressiva de ambos os lados, aliada à reestruturação dos programas nucleares e à suspensão de mecanismos internacionais de fiscalização, mantém os EUA em estado de atenção máxima. As próximas semanas serão decisivas para saber se a diplomacia terá espaço — ou se a escalada de violência encontrará novos capítulos, agora mais próximos do território americano.