O presidente dos EUA, Donald Trump, e o presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, protagonizaram um encontro tenso na Casa Branca nesta quarta-feira (21), marcado por um debate acalorado sobre alegações de "genocídio branco" no país africano. O bilionário Elon Musk, nascido na África do Sul, estava presente na reunião, assim como empresários e atletas sul-africanos convidados por Ramaphosa.
O ponto de maior atrito ocorreu quando Trump apresentou um vídeo alegando violência contra fazendeiros brancos, incluindo imagens de cruzes brancas que, segundo ele, marcariam túmulos de vítimas. Na realidade, o vídeo mostrava um protesto após o assassinato de um casal de agricultores em 2020, sem comprovação de motivações raciais. Ramaphosa repudiou o conteúdo, dizendo que as imagens não refletem a política do governo e reforçou que a maioria das vítimas de violência no país é negra.
A reunião ocorre após os EUA aceitarem 59 Afrikaners brancos como refugiados, decisão criticada por parlamentares democratas. O senador Tim Kaine questionou se a suposta perseguição justificaria prioridade sobre outros grupos oprimidos, como uigures e rohingyas. O secretário de Estado Marco Rubio defendeu que os africâneres são um "caso novo" e uma "exceção" destacada por Trump.
Durante a reunião, Ramaphosa afirmou que o encontro visava "redefinir" a relação entre os dois países, mas o clima ficou tenso com as declarações e o uso do vídeo. Trump insistiu que há “muitos relatos” de violência contra brancos e que Musk “queria” que os Afrikaners, descendentes de de europeus na África, fossem aceitos nos EUA. Musk, no entanto, permaneceu em silêncio durante toda a sessão com imprensa presente.
Fonte: CBS