Samuel Bateman, líder de uma pequena seita perto da fronteira Arizona-Utah, teve pelo menos 20 esposas, a maioria delas menores de idade. Detido, o caso envolve tráfico sexual infantil, poligamia e outros crimes.
Muitas das "esposas" tinham menos de 15 anos. Ele as traficava para sexo e até tentou se casar com a própria filha, a certa altura tentando suborná-la com salgadinhos e dinheiro, segundo a investigação.
Bateman era um ex-membro da Igreja Fundamentalista de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias - um subconjunto polígamo das denominações mórmons fundamentalistas, antes de se separar para liderar sua própria seita. Na época, foi apoiado financeiramente por seguidores do sexo masculino que também desistiram de suas próprias esposas e filhos para serem as esposas de Bateman, de acordo com uma declaração do FBI.
De acordo com a investigação, a Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias encerrou a prática do casamento plural em 1890 e agora o proíbe estritamente. Ativa desde a década de 1950, ainda pratica a poligamia. É dirigida pelo profeta autodeclarado Warren Jeffs, que está tentando manter o controle do grupo enquanto cumpre uma sentença de prisão perpétua por acusações de abuso sexual infantil relacionadas a casamentos de menores.
Caso Bateman
O caso se tornou público pela primeira vez em agosto, quando ele foi detido em um processo envolvendo três esposas. Na época, Bateman estava sob fiança por três acusações de abuso infantil, depois que as autoridades estaduais o pararam em agosto na rodovia e encontraram três meninas com idades entre 11 e 14 anos trancadas em um trailer de carga com um balde para um banheiro e sem ventilação. Ele se declarou inocente das acusações estaduais e federais.
No novo depoimento, arquivado na sexta-feira, 2, no tribunal federal em Spokane, o agente especial do FBI Dawn A. Martin disse que o FBI tem motivos prováveis para acreditar que, entre maio de 2020 e novembro de 2021, Bateman e co-conspiradores transportaram menores entre Arizona, Utah, Nevada e Nebraska para se envolver em conduta sexual ilícita, e que Bateman então destruiu as evidências.
Em 2019, o acusado começou a alegar que era um profeta da Igreja Fundamentalista de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. Ele era casado com uma mulher na época. Em uma viagem, ele disse à filha, então com 14 anos, que se sentia como sua esposa, assustando-a, de acordo com uma entrevista que sua filha deu a advogados em 2020. Em uma parada para descanso, ele deu a ela um saco de Doritos e $ 50, e perguntou a ela que tipo de carro ela gostaria de ter, “como um suborno”. Ele também supostamente deu beijos “desagradáveis” e “babosos” em sua filha e descreveu em detalhes gráficos como faria um bebê com ela. Quando Bateman disse à esposa que queria se casar com a filha deles, ela pegou a criança e o deixou.
Bateman começou a tomar outras esposas, acumulando mais de 20 delas - a maioria delas com menos de 15 anos - e reuniu cerca de 50 seguidores. A maioria de suas esposas são de duas famílias de seus seguidores, alega o processo.
À polícia, ele alegou que as punições aos seguidores, que variaram de castigo a vergonha pública e atividade sexual, vieram do Senhor, afirma o depoimento.
Partes do depoimento ao FBI baseiam-se em gravações feitas por um casal que ganhou a confiança de Bateman enquanto tentava ajudar as pessoas da comunidade da igreja e também filmava um documentário.
Eles descreveram Bateman apresentando-os a uma criança de nove anos como sua esposa. Eles também entregaram uma gravação de uma conversa de 2021 relatando um incidente conhecido como “a Expiação”, no qual Bateman “deu” três de suas esposas, uma das quais tinha apenas 12 anos, para “bastardos perversos” ou três de seus seguidores, homens adultos, por sexo.
Na gravação, ele diz que Deus lhe disse para "dar a coisa mais preciosa que ele tem, a virtude de suas filhas", aos três homens - enquanto ele observava. Ele alegou que as meninas "sacrificaram sua virtude pelo Senhor", segundo o depoimento. “Deus consertará seus corpos e colocará a membrana de volta em seus corpos”, ele supostamente continuou. “Nunca tive tanta confiança em fazer a vontade dele. É tudo por amor.”
A poligamia é ilegal no Arizona, mas foi descriminalizada em Utah em 2020.
Com informações do Daily Mail e Rolling Stone.
