O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quinta-feira ter solicitado ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, cooperação direta para localizar e capturar brasileiros ligados a facções criminosas que vivem em território norte-americano. A declaração foi dada durante entrevista à TV Verdes Mares, afiliada da Globo no Ceará.
Segundo Lula, o tema foi abordado no telefonema entre os dois líderes ocorrido na quarta-feira. “Eu fiz questão de dizer pro Trump: vamos combater o narcotráfico, vamos começar pegando os brasileiros que estão aí”, afirmou. Ele citou, sem revelar nomes, um dos maiores traficantes de combustível do país, que residiria em Miami e seria um dos principais opositores ao projeto de lei do Devedor Contumaz, em tramitação no Congresso. “Só esse cidadão deve mais de 6 milhões de dólares”, disse.
Lula destacou que a cooperação deve priorizar inteligência, e não operações armadas, numa crítica velada a governadores que defendem ações policiais de grande letalidade, como a recente no Rio de Janeiro, que deixou 121 mortos. O presidente afirmou que parcerias podem ocorrer “na fronteira, onde estiver”.
O telefonema também tratou de questões comerciais, como possíveis novas reduções do tarifaço imposto pelos EUA sobre produtos brasileiros. O Planalto afirmou que Trump demonstrou disposição em avançar na parceria e apoiar iniciativas conjuntas de combate ao crime organizado. Os presidentes concordaram em manter novas conversas.
Lula elogiou o republicano, afirmando que “a química rolou de verdade” e que a conversa foi “extraordinária”. Ele voltou a defender que ainda há tarifas altas sobre diversos itens — como equipamentos industriais, produtos eletrônicos, aeronaves e têxteis — que precisam ser discutidas bilateralmente.
Fonte: UOL

