O ministro das Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou nesta sexta-feira (7) que o tema das terras raras fará parte das negociações entre o Brasil e os Estados Unidos, em meio às tensões comerciais e após o encontro entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump na Ásia, em outubro. A declaração foi dada em entrevista ao Estúdio i, da GloboNews.
Silveira destacou que “não há nada que não possa estar na mesa, desde que se respeite a soberania dos países”, ressaltando que os Estados Unidos observam com preocupação o avanço da China** na área da eletromobilidade e nas cadeias de produção que dependem de terras raras. Segundo o ministro, esse cenário coloca o Brasil em posição estratégica nas negociações com Washington.
“O Brasil deve manter um discurso plural, dialogando de forma altiva e soberana, para aproveitar suas riquezas em favor da economia nacional”, afirmou. Ele também defendeu que é possível conciliar a liderança brasileira na transição energética com a preservação ambiental, criticando “a grande injustiça” de quem opõe essas agendas.
Durante a entrevista, Silveira fez críticas aos países ricos, acusando-os de não cumprirem acordos ambientais firmados em Paris (2009) e Copenhague (2015). “É fundamental que esses compromissos sejam respeitados, especialmente por quem mais contribui para o problema climático”, disse, elogiando a atuação de Lula como um líder “experiente e dialogador” na pauta ambiental global.
A fala ocorreu no mesmo dia em que líderes mundiais participaram da tradicional “foto de família” da Cúpula de Líderes da COP30, que abriu oficialmente a etapa política da conferência da ONU sobre o clima. O encontro já conta com novos aportes internacionais ao Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF), incluindo US$ 3 bilhões da Noruega, elevando o total de compromissos para US$ 5,5 bilhões.
Fonte: G1

