O número de imigrantes sem antecedentes criminais detidos pelo ICE aumentou mais de 2.000% desde o início do segundo mandato de Donald Trump, em janeiro, segundo dados oficiais divulgados pela própria agência. As estatísticas, publicadas online em cumprimento a exigências de transparência do Congresso, revelam a amplitude da atual campanha de deportações em massa.
Em 16 de novembro, o ICE mantinha 65.135 pessoas sob custódia — o maior número já registrado publicamente desde a criação da agência em 2003. Desse total, 30.986 (48%) eram indivíduos sem acusações ou condenações criminais, detidos apenas por violações civis da lei de imigração dos EUA.
Entre os demais detidos, 17.171 tinham condenações (26%) e 16.978 enfrentavam acusações criminais (26%). Os dados não detalham a natureza das acusações, que podem variar de crimes violentos a delitos menores ou violações relacionadas à imigração.
Apesar do aumento em todas as categorias, o grupo sem antecedentes criminais foi o que mais cresceu. Entre os imigrantes detidos diretamente pelo ICE — excluindo aqueles transferidos pela Patrulha de Fronteira — o salto foi de 945 para 21.194 entre 26 de janeiro e 16 de novembro, um aumento de 2.143%.
A partir de setembro, pela primeira vez, o número de detidos sem histórico criminal ultrapassou o de indivíduos com condenações. Esse avanço acompanha a política do governo Trump de permitir prisões “colaterais”: qualquer pessoa considerada em situação irregular pode ser detida, mesmo sem ser alvo de uma operação.
Em resposta, o Departamento de Segurança Interna afirmou estar focado nos “piores criminosos”, citando assassinos, agressores sexuais e terroristas. A porta-voz Tricia McLaughlin disse que 70% dos presos tinham acusações ou condenações, mas não forneceu detalhes. Ela também sugeriu que alguns classificados como “não criminais” podem ter histórico fora dos EUA ou representar risco à segurança — informações que não foram divulgadas.
Fonte: CBS

