As autoridades federais de imigração devem expandir suas operações na Carolina do Norte para a cidade de Raleigh já nesta terça-feira, afirmou a prefeita Janet Cowell. A ação ocorre enquanto agentes da Patrulha de Fronteira continuam atuando em Charlotte, onde mais de 130 pessoas foram detidas no fim de semana.
Cowell disse que não sabe a dimensão da operação nem por quanto tempo ela deve durar. O Departamento de Segurança Interna (DHS) não comenta operações futuras. Em comunicado, a prefeita destacou que os índices de criminalidade em Raleigh caíram em relação ao ano passado e pediu calma e respeito à população. Ela também afirmou que a Polícia de Raleigh não participa de ações migratórias.
O governador democrata Josh Stein criticou duramente as operações, pedindo que agentes federais foquem “criminosos violentos”, e não moradores comuns “andando na rua, indo à igreja ou decorando suas casas para o Natal”. Ele acusou o governo Trump de agir com base na cor da pele das pessoas em Charlotte.
A repressão migratória provocou forte reação na cidade — especialmente após relatos de agentes fortemente armados, mascarados e circulando em carros sem identificação. Charlotte é uma cidade de maioria democrata, com cerca de 150 mil moradores nascidos no exterior. Apesar da justificativa do governo federal, as taxas de criminalidade têm registrado queda.
A operação também impactou escolas locais: o distrito escolar de Charlotte-Mecklenburg registrou mais de 20 mil ausências na segunda-feira, cerca de 15% dos alunos, embora não tenha informado a média normal de faltas.
As divergências entre autoridades federais e locais sobre políticas migratórias vêm se agravando há anos. Embora a maioria das prisões em condados da Carolina do Norte honre pedidos de detenção do ICE, algumas jurisdições — como Charlotte — historicamente têm adotado políticas de não cooperação. O sheriff de Mecklenburg, Garry McFadden, é um crítico de medidas estaduais que ampliam a obrigatoriedade de colaborar com o ICE.
Republicanos estaduais culpam McFadden por supostamente enfraquecer a segurança pública. Já ele afirma que deseja apenas que operações federais sejam feitas “de forma segura, responsável e com comunicação adequada”.
O debate sobre imigração e crime, central para a campanha de Trump, deve continuar polarizando o estado.
Fonte: CBS

