O maior centro de detenção de imigrantes da Califórnia está no centro de uma nova ação federal que denuncia condições “horríveis” impostas a centenas de detidos. O processo, apresentado nesta quarta-feira, é movido por sete homens representados pela ACLU e outras organizações e descreve um cenário de abandono extremo na unidade localizada em California City, reaberta pelo ICE após ter sido desativada em 2023.
A ação cita casos graves de negligência médica, incluindo falta de tratamento adequado para câncer, doenças cardíacas e diabetes, além de descaso com pessoas com deficiência. Segundo o documento, os detidos relatam alojamentos sujos — com esgoto borbulhando nos ralos —, temperaturas extremamente baixas, comida e água insuficientes, restrições a visitas e longos atrasos no acesso a advogados.
Também são descritas violações de liberdade religiosa, como a apreensão de tapetes de oração, coberturas de cabeça e textos sagrados. “O ICE brinca com vidas humanas e nos trata como lixo”, disse o autor do processo Sokhean Keo. Outro detido, Fernando Gomez Ruiz, diabético, afirma que tem sido privado de doses regulares de insulina, o que provocou uma úlcera grave que ele cobre com bandagens sujas por falta de material limpo.
Relatos apontam ainda subdimensionamento de funcionários e infraestrutura deteriorada. Na reabertura, presos teriam sido instruídos a limpar celas repletas de lixo e banheiros com fezes sem receber produtos de limpeza. Para a ACLU, as condições são piores do que as encontradas em prisões criminais, gerando desesperança e casos de automutilação.
A instalação, contratada pelo ICE com capacidade para 2.560 vagas, abriga atualmente cerca de 800 imigrantes e deve atingir lotação máxima no início de 2026, em meio à intensificação da agenda de deportações do governo Trump. O DHS nega as acusações e afirma que o ICE mantém padrões superiores aos de prisões comuns, fornecendo alimentação, água potável, roupas, higiene e acesso a telefones.
Fonte: FOX

