Um juiz federal dos Estados Unidos emitiu, nesta quarta-feira (3), uma ordem judicial temporária exigindo que o Serviço de Imigração e Alfândega (ICE) melhore imediatamente as condições sanitárias dentro do centro de detenção de Broadview, em Illinois, e garanta aos detidos acesso gratuito e privado a seus advogados.
A decisão, assinada pelo juiz Robert Gettleman, determina que os detentos recebam camas e cobertores limpos, espaço suficiente para dormir, banho a cada dois dias, banheiros limpos, três refeições completas diárias, água engarrafada em cada refeição, além de produtos de higiene pessoal, absorventes menstruais e medicamentos prescritos.
“As pessoas não deveriam dormir ao lado de vasos sanitários transbordando”, afirmou o juiz, criticando as condições que classificou como “desnecessariamente cruéis”. Gettleman também ordenou que as celas sejam limpas ao menos duas vezes por dia** e que os detidos recebam listas de advogados gratuitos (pro bono) em inglês e espanhol, além de serviços de intérprete, quando necessário.
A ordem permanecerá em vigor até 19 de novembro, quando será realizada uma nova audiência. O juiz também exigiu que os advogados do governo Trump enviem um relatório de progresso até sexta-feira.
Durante a audiência, cinco ex-detidos relataram superlotação, falta de alimentos e atendimento médico, ausência de chuveiros e sabonete e más condições de higiene, com relatos de pessoas dormindo no chão ou em cadeiras de plástico, próximas a banheiros entupidos.
Os advogados dos imigrantes também afirmaram que imagens de vídeo do centro, entre 19 e 31 de outubro, foram apagadas, o que levantou suspeitas. Segundo o governo, o material foi deletado por engano, enquanto se tentava recuperar vídeos para outro processo judicial.
O centro de Broadview foi projetado para manter imigrantes por até 12 horas, mas, segundo os depoimentos, muitos têm sido retidos por dias, desde o endurecimento da política migratória na região de Chicago. A ação coletiva acusa o governo de violações de direitos humanos e restrição ilegal de acesso a advogados.
Fonte: CBS

