A juíza federal Sara Ellis, do Distrito Norte de Illinois, avalia estender as restrições ao uso da força por agentes federais de imigração em Chicago. A decisão ocorre após novas denúncias de abusos cometidos por agentes do ICE (Serviço de Imigração e Controle de Alfândega) e da CBP (Agência de Alfândega e Proteção de Fronteiras) durante protestos na região.
Advogados que representam jornalistas, religiosos e manifestantes alegam que seus clientes foram feridos por agentes enquanto participavam de protestos pacíficos. Eles planejam apresentar vídeos e testemunhas para demonstrar o que chamam de “conduta cada vez mais imprudente e perigosa” das forças federais.
O Departamento de Segurança Interna (DHS), por outro lado, sustenta que seus agentes vêm sendo alvos de ataques e perseguições e que as respostas às manifestações seguem protocolos de segurança, citando um aumento de 1.000% nos ataques a agentes em todo o país. Segundo o governo, alguns protestos “se tornaram violentos”, com ataques a prédios federais e ferimentos em oficiais.
Em outubro, Ellis já havia emitido uma ordem judicial temporária proibindo o uso de armas de controle de distúrbios contra jornalistas e manifestantes, salvo em situações de ameaça imediata. Ela também determinou que agentes federais usem câmeras corporais durante operações em Chicago — uma medida que expira em 6 de novembro.
No entanto, novos vídeos apresentados pelos advogados mostram supostas violações dessa ordem, incluindo uma gravação em Evanston (Illinois), em que um agente pressiona a cabeça de um homem contra o chão por quase dois minutos, enquanto ele gritava “não consigo respirar”. Outra testemunha afirmou ter visto o agente golpear o homem várias vezes.
Um cinegrafista, David Brooks, disse em declaração judicial que um agente da Patrulha de Fronteira chegou a apontar uma arma contra ele, dizendo “afaste-se ou vou atirar”.
Em resposta, o DHS afirmou que os agentes foram cercados e agredidos após uma colisão com outro veículo, e que as ações foram uma “resposta defensiva” para conter um agressor que, segundo o órgão, atacou fisicamente os oficiais.
Fonte: ABC

