Agentes da Patrulha de Fronteira (Border Patrol) realizaram mais prisões na região de Chicago do que o próprio Serviço de Imigração e Controle de Alfândega (ICE), segundo dados internos obtidos pela CBS News. O levantamento mostra como o governo Trump tem ampliado o papel da Border Patrol, enviando agentes tradicionalmente concentrados nas fronteiras para atuar em cidades distantes, dentro da campanha nacional de deportações.
Desde 16 de setembro, a operação chamada “Midway Blitz” registrou cerca de 1.500 prisões feitas pela Border Patrol na área de Chicago, contra pouco mais de 1.400 detenções pelo ICE no mesmo período. O comando das ações é de Gregory Bovino, chefe de setor conhecido pelo estilo agressivo e pela defesa das políticas mais rígidas de imigração. Ele já havia liderado operações semelhantes em Los Angeles e Sacramento.
Nos últimos meses, vídeos postados nas redes sociais mostraram agentes perseguindo imigrantes em áreas residenciais e usando gás lacrimogêneo contra manifestantes — incluindo um episódio que afetou crianças durante um desfile de Halloween. Um juiz federal ordenou que Bovino limitasse o uso da força e garantisse duas advertências prévias antes de qualquer ação com agentes químicos.
A ofensiva tem gerado divisões dentro do próprio Departamento de Segurança Interna (DHS). Fontes disseram que líderes do ICE criticam o caráter “indiscriminado” das operações, alegando que a estratégia pode prejudicar o apoio público à política migratória. Historicamente, o ICE prioriza prisões baseadas em inteligência e antecedentes criminais, enquanto a Border Patrol adota um estilo mais direto e rápido.
Mesmo diante das críticas, o governo defende os resultados. O DHS declarou que mais de 3 mil imigrantes ilegais, incluindo criminosos e membros de gangues, foram presos durante a operação. Analistas afirmam que o uso ampliado da Border Patrol reflete a prioridade do governo Trump em aumentar o número de deportações e centralizar o controle migratório sob uma abordagem mais agressiva.
Fonte: CBS

