O chefe da Patrulha de Fronteira dos Estados Unidos (CBP), Greg Bovino, foi obrigado por determinação da juíza federal Sara Ellis, em Chicago, a comparecer diariamente ao tribunal às 18h para relatar as ações de sua equipe na operação migratória “Operation Midway Blitz”. A medida ocorre após alegações de que agentes federais violaram uma ordem judicial temporária (TRO) que restringe o uso de gás lacrimogêneo e exige câmeras corporais durante as atividades de fiscalização.
Durante a audiência, Ellis questionou as táticas de controle de multidões empregadas pela equipe de Bovino e afirmou que vídeos recentes mostram uso desnecessário de força, inclusive contra civis e crianças que participavam de um desfile de Halloween. “Crianças fantasiadas indo a um desfile não representam uma ameaça imediata à segurança de agentes da lei”, disse a magistrada.
Bovino, que compareceu à audiência fardado, reconheceu que nem todos os agentes possuem câmeras corporais, embora 99% já estivessem equipados, segundo ele. A juíza ordenou que o próprio Bovino receba e use o equipamento até sexta-feira. Ela também reiterou que o uso de gás lacrimogêneo só pode ocorrer após dois avisos prévios e específicos aos manifestantes.
Os advogados dos autores do processo — jornalistas e cidadãos de Chicago — acusam o governo de “criar pretextos para justificar ações violentas” contra pessoas que protestam pacificamente. O Departamento de Justiça contestou as decisões da juíza, alegando que os agentes atuam sob “ameaças e circunstâncias emergenciais”.
Apesar das críticas, Ellis manteve sua determinação de acompanhamento diário e afirmou: “Se estiverem usando gás lacrimogêneo, precisarão justificar. Caso contrário, perderão o direito de utilizá-lo.”
Fonte: ABC

