Alguns membros do Conselho de Educação de Chicago pedem a implementação temporária de aulas virtuais diante das operações do Serviço de Imigração e Controle de Alfândega (ICE) na cidade. O apelo ocorre após um estudante de 17 anos da escola Benito Juarez High School ser detido a caminho das aulas durante um protesto contra o ICE no bairro de Little Village. O jovem foi libertado horas depois, sem acusações formais.
“Marquei um aluno como ausente não porque ele estava doente, mas porque o ICE o levou”, relatou a professora Liz Winfield. Segundo ela, muitos estudantes e pais têm dito que não se sentem seguros para ir à escola. Durante uma reunião do conselho, a integrante Emma Lozano declarou que a situação é uma emergência e que o distrito precisa agir: “Nossos pais estão pedindo ensino remoto. Precisamos fazer algo agora”.
A CEO das Escolas Públicas de Chicago, Macquline King, respondeu que apenas o governador de Illinois, JB Pritzker, pode autorizar o ensino remoto em situações de emergência. “Como distrito, não temos essa autoridade”, afirmou.
A estudante Destiny Singleton, representante estudantil, relatou o clima de medo entre os alunos: “Estamos postando atualizações sobre os locais dos agentes do ICE para tentar proteger uns aos outros, mas somos crianças e não deveríamos precisar fazer isso”.
A União dos Professores de Chicago (CTU) também apoiou o pedido por ensino remoto, destacando que salas de aula estão ficando vazias porque as famílias têm medo de sair de casa. O Departamento de Segurança Interna (DHS) negou que o ICE esteja conduzindo operações dentro de escolas, mas o prefeito Brandon Johnson criticou as ações da agência, dizendo que elas “não protegem os jovens, apenas os aterrorizam e prejudicam sua educação.”
Fonte: ABC

