O advogado de imigração Andrew Lattarulo, figura conhecida em Massachusetts por defender milhares de imigrantes e criticar publicamente o ICE (Serviço de Imigração e Controle de Alfândega), entrou com uma ação judicial contra o governo dos Estados Unidos após agentes federais apreenderem seu celular sem mandado no Aeroporto Internacional Logan, em Boston.
Segundo o processo, Lattarulo foi abordado no domingo (5) à noite por agentes da Alfândega e Proteção de Fronteiras (CBP) e um oficial de Investigações de Segurança Interna (HSI) logo após desembarcar de um voo vindo de Aruba. Os agentes, que não apresentaram mandado judicial, alegaram realizar uma “busca de fronteira”, mas não informaram o motivo da abordagem.
O advogado afirma que o aparelho contém comunicações confidenciais entre ele e seus clientes, o que, segundo a ação, viola direitos constitucionais e o sigilo profissional. Ele pede à Justiça a devolução imediata do telefone, a suspensão de qualquer análise dos dados e a destruição de informações já copiadas.
Lattarulo é sócio do escritório Georges Cote LLP, em Chelsea, e conhecido por usar suas redes sociais — onde soma mais de 22 mil seguidores no Instagram — para orientar imigrantes sobre seus direitos e denunciar abusos de autoridades migratórias. Seus advogados afirmam que ele foi alvo por motivos políticos, devido à sua atuação e críticas ao governo Trump.
“Acreditamos que o advogado Lattarulo foi alvo porque representa clientes em casos de imigração e por amplificar políticas governamentais controversas nas redes sociais”, disseram os advogados Mary Lemay e Patrick Hanley. “A crítica pública ao governo é um direito protegido pela Primeira Emenda.”
A juíza Allison D. Burroughs, do Tribunal Distrital dos EUA, emitiu uma ordem proibindo o governo de acessar ou utilizar qualquer dado do telefone até nova audiência, marcada para a próxima terça-feira (7).
A ação também cita altos funcionários do Departamento de Segurança Interna (DHS) e da administração Trump, além dos agentes diretamente envolvidos na apreensão. Nenhum representante das agências federais respondeu aos pedidos de comentário.
Fonte: MassLive