Imigrantes detidos pelo ICE começaram a chegar ao West Tennessee Detention Facility, em Mason, pequena cidade rural a 60 km de Memphis. O local funcionava como prisão estadual, mas foi convertido em centro de detenção imigratória após aprovação de contratos entre a cidade, o ICE e a empresa CoreCivic, responsável pela gestão. O anúncio, feito nesta quarta-feira (10), ocorre apesar da forte oposição de moradores e ativistas.
Fechada em 2021 após ordem de Joe Biden para limitar contratos com presídios privados, a unidade foi reativada depois de Donald Trump reverter a medida em janeiro. O governo Trump vem impulsionando uma política de deportações em massa e já destacou outras instalações, como o polêmico centro “Alligator Alcatraz”, na Flórida.
Para Mason, a promessa é de impacto econômico positivo: 240 novos empregos, salários de US$ 26,50 por hora para agentes, além de US$ 325 mil em impostos anuais e uma taxa extra de US$ 200 mil para projetos locais. O prefeito Eddie Noeman defende o acordo como vital para revitalizar a cidade, que enfrenta problemas financeiros.
Por outro lado, a CoreCivic acumula um histórico de escândalos. Já foi multada em US$ 44,7 milhões por violações em presídios do Tennessee e pagou mais de US$ 4,4 milhões para encerrar cerca de 80 processos envolvendo maus-tratos, inclusive 22 mortes de detentos desde 2016. Auditorias estaduais em 2017, 2020 e 2023 apontaram falhas graves, como falta de pessoal e negligência. Organizações como a ACLU alertam para riscos de abusos contra os imigrantes.
A tensão aumenta porque Mason, de maioria negra, já havia denunciado desrespeito histórico do governo estadual. Para críticos, a instalação pode reforçar desigualdades enquanto alimenta a política de deportações em massa.
Fonte: Local10