A secretária de Segurança Interna dos EUA, Kristi Noem, afirmou na semana passada que a população de imigrantes indocumentados teria caído em 1,6 milhão desde o início da nova ofensiva migratória do presidente Donald Trump. Segundo Noem, a queda estaria ligada a campanhas que incentivam estrangeiros a deixar o país para evitar prisão e deportação. Porém, pesquisadores alertam que ainda é cedo para confirmar um “êxodo em massa”.
Dados internos do governo mostram que, nos seis primeiros meses do segundo mandato de Trump, houve cerca de 150 mil deportações e 13 mil saídas voluntárias — números muito inferiores ao divulgado. O Departamento de Segurança Interna disse basear-se em estimativas próprias e em estudo do Center for Immigration Studies (CIS), grupo que defende restrições migratórias. Contudo, especialistas criticam a metodologia usada, que se apoia em uma pesquisa amostral menor e mais sujeita a erros.
O Pew Research Center, que utiliza dados mais abrangentes do Censo, estimou que havia 14 milhões de imigrantes indocumentados em 2023, após um aumento de 3,5 milhões durante o governo Biden. Pesquisadores do Pew confirmam sinais de queda em 2025, mas ressaltam que ainda não há dados oficiais suficientes para medir a dimensão do movimento.
Economistas apontam indícios indiretos de redução, como a queda mais acentuada do emprego em setores que dependem fortemente de mão de obra indocumentada, como construção civil, hotéis e restaurantes. Ainda assim, a incerteza sobre o tamanho real da população indocumentada permanece, já que a principal pesquisa de base estatística — o American Community Survey — só divulgará dados mais recentes nos próximos meses.
Fonte: CBS