A administração Trump anunciou, nesta terça-feira, uma nova política que orienta autoridades de imigração a investigarem se solicitantes de benefícios legais nos EUA — como green cards, permissões de trabalho e mudanças de status — possuem “visões ou atividades antiamericanas”. A diretriz determina que, caso candidatos tenham apoiado, promovido ou demonstrado afinidade com ideologias consideradas contrárias aos EUA, inclusive em redes sociais, isso deve ser tratado como um “fator esmagadoramente negativo” que pode levar à negação do pedido.
De acordo com o Serviço de Cidadania e Imigração (USCIS), a regra inclui possíveis vínculos com organizações que defendem terrorismo, antissemitismo ou ideologias totalitárias. Embora a definição de “antiamericano” não esteja detalhada, a agência se apoia em legislação que impede a naturalização de estrangeiros que defendam comunismo mundial, regimes autoritários, violência contra autoridades ou a derrubada do governo americano.
O memorando também ordena que agentes investiguem o uso irregular do mecanismo de parole, que permite a entrada temporária de estrangeiros não elegíveis sob a lei comum. A medida mira especialmente beneficiários que possam ter fornecido informações falsas ou fraudulentas para obter o recurso.
Especialistas alertam que a linguagem do documento é subjetiva e pode abrir margem para negativas arbitrárias. Stephen Yale-Loehr, professor de direito de imigração, avaliou que o texto dá aos agentes ainda mais motivos para recusar pedidos com base em critérios discricionários. Ao mesmo tempo, a administração Trump vem ampliando a checagem de antecedentes, incluindo a análise de redes sociais e o endurecimento do requisito de “bom caráter moral”, agora avaliado até em infrações leves, como multas de trânsito repetidas.
Segundo Matthew Tragesser, porta-voz do USCIS, a política reflete o compromisso do governo em “eliminar o antiamericanismo” do sistema de imigração e garantir triagens mais rigorosas.
Fonte: CBS