Documentos internos obtidos pela CBS News revelam que o governo Trump expandiu sua estratégia de deportações ao firmar acordos com Honduras e Uganda. O país africano aceitou receber deportados de outras nações do continente, desde que não tenham antecedentes criminais, enquanto Honduras concordou em receber algumas centenas de migrantes vindos de países de língua espanhola, inclusive famílias com crianças, ao longo de dois anos.
Esses acordos se baseiam na regra do “terceiro país seguro”, que permite aos EUA enviar solicitantes de asilo para países considerados capazes de avaliar pedidos de proteção humanitária. Pelo menos uma dúzia de países já aceitou receber migrantes sob esse modelo desde o início do segundo mandato de Trump, incluindo Costa Rica, Panamá, El Salvador, Guatemala, Kosovo e Ruanda. Recentemente, o Paraguai também assinou um pacto semelhante.
A estratégia tem enfrentado fortes críticas de organizações de direitos humanos, que denunciam o risco de deportar pessoas para países com histórico de abusos, como Uganda, citado em relatório do próprio Departamento de Estado por prisões arbitrárias, assassinatos ilegais e desaparecimentos. Ainda assim, o governo defende que os acordos são essenciais para a segurança nacional e para dar continuidade ao plano de deportações em massa.
Especialistas avaliam que tais medidas, embora de alcance limitado, têm caráter dissuasório, enviando a mensagem de que imigrantes irregulares podem ser enviados a destinos distantes e sem vínculos. Críticos, no entanto, veem na prática uma política de intimidação que pode incentivar a autodeportação.
Fonte: CBS