A administração Trump anunciou mudanças na análise de pedidos de cidadania americana, ampliando a exigência de comprovação de “bom caráter moral” dos imigrantes. Segundo diretriz divulgada pelo Serviço de Cidadania e Imigração dos EUA (USCIS), os oficiais deverão considerar não apenas a ausência de crimes graves, mas também fatores de conduta cotidiana, como comportamento social, contribuições positivas à comunidade e até infrações de trânsito.
Tradicionalmente, o critério era atendido quando o solicitante não apresentava histórico de crimes violentos, tráfico de drogas ou condutas graves já previstas na lei de imigração. Agora, os agentes terão de realizar uma “avaliação holística”, observando atributos como envolvimento comunitário, vínculos familiares, estabilidade profissional e pagamento de impostos.
A norma também prevê maior escrutínio sobre atitudes consideradas “incompatíveis com a responsabilidade cívica”, ainda que legais, como direção imprudente ou assédio em espaços públicos. Por outro lado, será possível considerar evidências de reabilitação, como quitação de dívidas fiscais e cumprimento de penas.
Críticos afirmam que a medida pode aumentar as negativas de naturalização por motivos considerados banais, criando obstáculos adicionais para imigrantes legais. O ex-funcionário do USCIS, Doug Rand, acusou o governo de tentar “ampliar artificialmente” as razões para negar cidadania.
Nos últimos dez anos, entre 600 mil e 1 milhão de imigrantes foram naturalizados anualmente nos EUA. Para o porta-voz do USCIS, Matthew Tragesser, as mudanças são parte de um esforço para “restaurar a integridade” do sistema migratório, garantindo que a cidadania seja concedida apenas a quem demonstre plenamente os valores e a cultura do país.
Fonte: CBS