Um relatório da Universidade da Califórnia, Riverside (UCR) revelou que práticas agressivas de fiscalização migratória nos Estados Unidos estão desencadeando uma crise de saúde mental entre crianças de famílias em situação de imigração irregular. Publicado na revista *Psychiatric News*, o estudo afirma que detenções, deportações e batidas em locais de trabalho estão produzindo traumas emocionais de longo prazo em crianças imigrantes e também nas nascidas em solo americano.
Segundo os pesquisadores, os efeitos incluem ansiedade crônica, dificuldades de aprendizado e problemas de desenvolvimento. Bebês e crianças pequenas enfrentam falhas de apego, enquanto adolescentes assumem responsabilidades adultas precocemente, um fenômeno conhecido como “parentificação”. Para os especialistas, esse cenário configura uma epidemia de estresse e trauma intergeracional.
“O medo constante de separação de cuidadores está remodelando a saúde mental e o desenvolvimento infantil em grande escala”, afirmou a psiquiatra Lisa Fortuna, que liderou o estudo. O relatório pede que autoridades, profissionais de saúde e a mídia reconheçam os “custos humanos” da atual política migratória e priorizem o bem-estar emocional das crianças.
As operações recentes têm gerado episódios de violência e mortes. Em julho, um trabalhador agrícola morreu ao cair de uma estufa durante uma batida, e na última semana um homem foi atropelado ao fugir de uma abordagem em Monrovia, Califórnia. Na segunda-feira (12), um adolescente com deficiência foi detido em frente a uma escola de Los Angeles, provocando indignação da comunidade.
Fonte: KTLA5