A prefeita do condado de Miami-Dade, Daniella Levine Cava, foi proibida de acessar o polêmico centro de detenção para imigrantes conhecido como "Alligator Alcatraz", localizado nos Everglades. Em vídeo divulgado nas redes sociais, Cava criticou as ações de imigração do governo, afirmando que “priorizam o medo em vez da justiça” e que os detidos — em sua maioria, sem histórico de crimes violentos — estariam sendo mantidos em condições inseguras.
No entanto, Jeremy Redfern, diretor de comunicação do procurador-geral da Flórida, respondeu de forma ríspida ao pedido de acesso feito pela prefeita: "Não... não, não e não. Alguma outra pergunta?", publicou no X (antigo Twitter), rejeitando a solicitação.
Em carta enviada ao estado, Cava havia solicitado relatórios semanais, acesso remoto por vídeo e visitas presenciais ao centro. Enquanto isso, sua assessoria afirmou que, embora o condado tenha assinado um acordo permitindo transporte de detentos, nenhum preso foi levado pela administração local à unidade federal.
A unidade, apelidada de "Alligator Alcatraz", tem sido alvo de denúncias de más condições, como ausência de água, acesso precário a banhos e temperaturas extremas — do frio congelante ao calor insuportável. Um detento foi encaminhado ao hospital HCA Florida Kendall nesta quarta-feira (9), o que reforçou preocupações.
Em resposta, a vice-diretora de comunicação da Divisão de Gerenciamento de Emergências da Flórida, Stephanie Hartman, declarou que as denúncias “são completamente falsas” e que o centro “está em pleno funcionamento e dentro dos padrões exigidos”.
A Coalizão de Imigrantes da Flórida, por sua vez, questiona a falta de transparência. “Se está tudo certo, por que tanto segredo?”, indagou Thomas Kennedy, que também pressiona a prefeita a processar o estado. O grupo chegou a financiar outdoors na região cobrando medidas.
Apesar da negativa à prefeita, a emissora NBC6 confirmou que parlamentares estaduais e membros do Congresso terão permissão para visitar o centro neste sábado.
Fonte: NBC