O centro de detenção migratória apelidado de “Alligator Alcatraz”, inaugurado recentemente pelo governo Trump no meio do pântano Everglades, já enfrenta sérias críticas pelas duras condições a que estão expostos os detentos. Apesar das piadas do presidente sobre fugitivos enfrentando jacarés, o maior perigo pode vir de um inimigo muito menor: os mosquitos.
A instalação, construída em apenas oito dias e orçada em US$ 450 milhões, está localizada a cerca de 72 km de Miami e consiste em tendas e trailers cercados por arame farpado. O local foi escolhido por sua remota localização e por abrigar animais como pítons e jacarés — parte da estratégia de dissuasão do governo quanto à imigração ilegal.
No entanto, além do isolamento, os detentos e trabalhadores enfrentam chuvas intensas, calor extremo e uma infestação de mosquitos. Jornalistas e parlamentares que visitaram o local relataram ser quase impossível andar sem proteção contra os insetos. Segundo o CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA), o acúmulo de água da chuva é um ambiente propício à proliferação de mosquitos transmissores de doenças como dengue, zika e chikungunya — embora não haja, por ora, surtos ativos na região.
O condado de Miami-Dade possui políticas ativas para controle dos mosquitos, como inspeções domiciliares e a instalação de armadilhas. Mas ainda não está claro se essas medidas foram implementadas também no centro “Alligator Alcatraz”, e especialistas temem os impactos no ecossistema local.
Além dos mosquitos, as tempestades típicas da temporada já causaram alagamentos no local. As autoridades garantem que as estruturas de alumínio são resistentes a ventos de até 177 km/h (categoria 2), e que ajustes foram feitos para minimizar infiltrações. Mesmo assim, o ambiente adverso segue levantando dúvidas sobre a viabilidade e a humanidade da iniciativa.
Fonte: NBC