O Departamento de Justiça dos Estados Unidos está priorizando casos de desnaturalização de cidadãos americanos naturalizados que tenham cometido certos crimes, segundo um memorando interno assinado em 11 de junho pelo procurador-assistente Brett Shumate. A medida faz parte da ofensiva migratória do governo Trump e dá ampla liberdade para procuradores decidirem quais casos levar adiante, com foco especial em indivíduos que representem risco à segurança nacional.
O documento também permite que a revogação da cidadania seja considerada para casos de tortura, tráfico humano, crimes de guerra e violações de direitos humanos. Segundo a advogada de imigração Rosanna Berardi, o memorando representa uma mudança drástica na postura do governo federal, que historicamente evitava esse tipo de processo. Mesmo erros procedimentais ou registros criminais não revelados podem agora justificar a abertura de casos.
Embora a legislação permita a desnaturalização em situações específicas, a prática era rara: entre 1990 e 2017, foram em média 11 casos por ano. No entanto, o número disparou no governo Trump — em 2018, o Serviço de Cidadania e Imigração afirmou que pretendia encaminhar 1.600 casos ao DOJ. O memorando também estabelece outras prioridades da pasta, como combater o antissemitismo e processar juridicamente estados e cidades-santuário.
Fonte: ABC