O governo do presidente Donald Trump expandiu o uso da base naval de Guantánamo, em Cuba, para deter imigrantes de várias partes do mundo, incluindo Ásia, África, Europa e Caribe. Documentos internos do governo norte-americano revelam que, além de latino-americanos, agora também estão presos no local cidadãos da China, Reino Unido, Libéria e Jamaica.
A base já era usada desde o início do ano para deter imigrantes considerados de "alto risco" — aqueles com históricos criminais sérios, comportamento violento ou supostas ligações com gangues. Segundo autoridades, Guantánamo agora abriga 54 imigrantes, dos quais 41 estão em uma ala usada anteriormente para suspeitos de terrorismo, e outros 13 no antigo centro para requerentes de asilo.
A decisão de transferir imigrantes de regiões mais distantes ocorre em meio à superlotação do sistema de detenção migratória dos EUA, que ultrapassou sua capacidade legal. Embora o governo diga priorizar criminosos, documentos mostram que até imigrantes sem antecedentes estão sendo levados à base.
A iniciativa tem gerado forte oposição de grupos de direitos civis, que argumentam que os EUA não têm autoridade legal para deter imigrantes fora do território nacional. A prática também levanta preocupações por ocorrer em uma base associada a detenções indefinidas e abusos cometidos após o 11 de Setembro.
Reportagens indicam que o governo gastou mais de US$ 21 milhões em operações de transporte de detentos até Guantánamo, com um custo médio de US$ 26 mil por hora de voo. Ainda assim, autoridades continuam a ampliar instalações do tipo, como a recém-inaugurada “Alligator Alcatraz”, no pântano da Flórida, que Trump visitou nesta semana.
Fonte: CBS