Com a proximidade da Copa do Mundo de 2026, ativistas e moradores de Miami estão pressionando a FIFA a garantir que agentes do ICE (Imigração e Alfândega dos EUA) e da Patrulha de Fronteira não estejam presentes durante os jogos realizados na cidade. A preocupação é que a intensificação das políticas de deportação do governo Trump possa inibir a presença de torcedores imigrantes e criar um clima de medo.
Na segunda-feira (24), representantes de grupos comunitários levaram suas demandas à sede da FIFA em Coral Gables. Embora não tenham sido recebidos oficialmente, realizaram uma coletiva de imprensa do lado de fora, cobrando ações concretas da entidade esportiva.
“Queremos que as pessoas se sintam seguras ao irem aos jogos. Não queremos que uma família esteja assistindo à partida e, de repente, veja um parente ser abordado por agentes pedindo documentos”, afirmou Yareliz Mendez-Zamora, uma das porta-vozes do movimento.
As reivindicações principais são: que a FIFA pressione por uma suspensão das ações migratórias durante os jogos, que proíba a presença de ICE nos estádios e que incentive os prefeitos a rejeitarem acordos de cooperação com o ICE, como os do tipo 287(g), que autorizam forças locais a agirem como agentes federais de imigração.
Miami é uma das 16 cidades-sede da Copa, ao lado de metrópoles nos EUA, México e Canadá. A cidade já investiu ao menos US$ 40 milhões no evento, que ocorrerá entre junho e julho de 2026.
O tema ganhou ainda mais atenção após o início do Mundial de Clubes no Hard Rock Stadium, quando a presença de agentes federais foi anunciada — e logo retirada — das redes sociais da Patrulha de Fronteira. A postagem gerou críticas e desconfiança de torcedores e defensores de direitos civis.
"Se a FIFA não agir agora, o mundo lembrará de Miami não pelos gols, mas pelo medo, pelas batidas e pela separação de famílias", disse Thomas Kennedy, ativista local.
Em resposta, o xerife de Miami-Dade afirmou recentemente que não haverá ações de imigração durante o evento, e que a atuação da polícia local estará restrita à segurança pública.
Fonte: NBC