Uma investigação interna da polícia do Colorado revelou que a brasileira Caroline Dias Gonçalves, de 19 anos, foi presa após informações sobre ela serem divulgadas em um grupo no aplicativo Signal, usado por agentes policiais e monitorado secretamente pelo ICE — o Serviço de Imigração e Alfândega dos EUA. A jovem, que vive no país desde a infância e tem permissão para estudar e trabalhar, foi abordada durante uma blitz de trânsito e, minutos depois, detida por um agente do ICE.
O grupo de mensagens onde suas informações foram compartilhadas deveria ter como foco o combate ao tráfico de drogas, mas, segundo o Gabinete do Xerife do Condado de Mesa, agentes de imigração teriam usado os dados para prender Caroline. A prisão gerou suspeitas de colaboração ilegal entre autoridades locais e o ICE, violando leis estaduais que proíbem a verificação do status migratório durante abordagens de rotina.
A estudante de enfermagem da Universidade de Utah foi libertada sob fiança no dia 18 de junho e responderá ao caso em Salt Lake City, onde mora. Caroline é beneficiária de uma bolsa da organização TheDream.US, dedicada a apoiar jovens imigrantes. Desde a detenção, a família e amigos mobilizam campanhas para cobrir custos legais e pressionam por mais transparência. O caso ocorre em meio a políticas migratórias mais duras durante o segundo mandato de Donald Trump.
A investigação continua, e o uso indevido de dados por agentes do ICE segue sendo alvo de críticas por ONGs e especialistas em imigração. A gravação da abordagem, feita por câmera corporal, confirma que a jovem foi questionada sobre sua origem e nacionalidade antes de ser detida.
Fonte: Terra