Juan Marcial Ocampo, um imigrante mexicano que vive há mais de 13 anos em Maryland, foi detido na última semana durante uma checagem de rotina com o Serviço de Imigração e Controle de Alfândega dos EUA (ICE). Ocampo havia recebido, em 2015, uma autorização temporária de permanência do então oficial Tom Homan — hoje uma das vozes mais duras da política migratória do governo Trump. A permissão era para que ele pudesse cuidar de suas duas filhas, cidadãs americanas, ambas diagnosticadas com a síndrome de Marfan, uma condição genética que compromete a visão.
Desde então, Ocampo vinha seguindo os protocolos exigidos, comparecendo regularmente às checagens com o ICE, sem incidentes. Apesar disso, foi detido subitamente durante sua última visita. A esposa dele, Maria de Jesus Benhumea, relatou que estava esperando no carro quando recebeu uma mensagem do marido avisando que havia sido preso.
O governo Trump justificou a detenção apontando um histórico antigo de infrações: um DUI (dirigir sob influência de álcool) em 2008 e outra infração de trânsito em 2018. O advogado de Ocampo, no entanto, argumenta que ele tem colaborado com todas as exigências legais desde que se tornou pai, mudou de vida e tem trabalhado para sustentar as filhas, que hoje estão legalmente cegas.
Ocampo foi transferido para um centro de detenção no Texas. A família, abalada, pede clemência. “Minhas filhas estão com medo. Ele é um bom homem, trabalha, vai à igreja e é nosso pilar”, disse Maria. A defesa ainda tenta reverter a decisão e garantir que ele continue a cuidar das filhas.
Fonte: ABC