O governo Trump anunciou nesta quinta-feira (29) uma reestruturação na liderança do Serviço de Imigração e Controle de Alfândegas (ICE), em meio à insatisfação da Casa Branca com os números de prisões e deportações de imigrantes no país. Kenneth Genalo, chefe da divisão de Execução e Remoção (ERO), está se aposentando e será substituído por Marcos Charles. Já Robert Hammer, que comandava a divisão de Investigações de Segurança Interna (HSI), foi transferido para outro cargo de liderança dentro da agência e será substituído por Derek Gordon.
O ERO é o braço do ICE responsável por localizar, prender e deportar imigrantes em situação irregular — e tem sido peça-chave na ofensiva migratória promovida pelo governo Trump. A HSI, por sua vez, tradicionalmente atua no combate a crimes transnacionais como tráfico de pessoas e exploração infantil, mas teve parte de seus agentes redirecionados para apoiar ações de deportação.
Em comunicado, o ICE classificou as mudanças como parte de um "realinhamento estratégico da liderança" para apoiar o aumento da atuação da agência. "Esses ajustes organizacionais vão ajudar o ICE a cumprir o mandato do presidente Trump e do povo americano: prender e deportar imigrantes ilegais criminosos e manter as comunidades seguras", diz a nota.
A pressão da Casa Branca, liderada pelo assessor Stephen Miller, tem sido intensa: o governo quer que o ICE realize ao menos 3 mil prisões por dia. Tom Homan, conhecido como "czar da fronteira" da Casa Branca, disse em entrevista à CBS News que essa meta é possível e que as ações da atual administração já são melhores que as do governo Biden — embora, segundo ele, ainda insuficientes.
Essa não é a primeira mudança de liderança no ICE durante o segundo mandato de Trump. Em fevereiro, Caleb Vitello, inicialmente escolhido para liderar a agência, foi substituído poucas semanas após assumir. Todd Lyons ocupa o cargo de diretor interino desde então.
Fonte: CBS