A tempestade tropical Melissa, formada na terça-feira (21) no sul do mar do Caribe, preocupa meteorologistas por seu potencial de rápida intensificação e pelos impactos severos previstos para a Jamaica e as ilhas de Hispaniola (Haiti e República Dominicana).
Até a noite de quarta-feira (22), o sistema avançava para oeste, em movimento lento, até parar e virar em direção norte. Essa mudança de trajetória fez com que bandas de chuva mais intensas atingissem a República Dominicana, especialmente a capital, Santo Domingo, onde já foram registradas acumulações de 300 a 450 milímetros de chuva entre terça e quinta-feira. O Centro Nacional de Furacões dos EUA (NHC) prevê mais 300 milímetros até domingo, o que pode levar o total a quase um metro de precipitação em áreas montanhosas.
Na quinta-feira (23), Melissa praticamente estacionou sobre o Caribe, e as correntes de direção atmosférica se tornaram pouco definidas, aumentando o risco de chuvas extremas prolongadas sobre Hispaniola. O Haiti está sob alerta de furacão, especialmente em sua costa sul.
O NHC espera que Melissa retome um movimento para oeste neste fim de semana, aproximando-se da Jamaica, onde já foram emitidos alertas de tempestade tropical e vigilância de furacão. Meteorologistas afirmam que as condições atmosféricas e oceânicas estarão ideais para uma intensificação explosiva, e o centro americano prevê que Melissa poderá alcançar ventos de até 210 km/h, equivalente a um furacão de categoria 4, até segunda-feira (27).
Segundo o meteorologista John Morales, essa é a primeira vez que o NHC prevê oficialmente uma intensificação tão rápida com quatro a cinco dias de antecedência — um reflexo direto das mudanças climáticas, que têm aumentado a frequência de furacões de categorias 4 e 5 no Atlântico.
As águas do Caribe estão entre as três mais quentes já registradas, e os ventos de cisalhamento — que normalmente inibem o crescimento das tempestades — caíram de 40 km/h para cerca de 15 km/h, removendo os obstáculos à intensificação do sistema.
Após passar pela Jamaica, o futuro de Melissa ainda é incerto. O cenário mais provável é que um desvio na corrente de jato a leve em direção ao leste de Cuba e ao sudeste das Bahamas ou Turks e Caicos. Por enquanto, a Flórida e o sudeste dos Estados Unidos não estão sob risco.
Fonte: NBC

