Cientistas e autoridades estão soando o alarme sobre uma proposta da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA) de fechar todos os seus laboratórios de pesquisa climática e meteorológica, incluindo o importante Laboratório Oceanográfico e Meteorológico do Atlântico (AOML), em Miami. A unidade é responsável por desenvolver e manter os principais modelos usados na previsão de furacões nos Estados Unidos.
Especialistas como Robert Atlas, ex-diretor do AOML, estimam que o fechamento da unidade possa reduzir a precisão das previsões de furacões entre 20% e 40%, o que poderia gerar prejuízos superiores a US$ 10 bilhões em uma única temporada, caso dois grandes furacões atinjam o país.
A decisão afetaria diretamente o suporte científico das missões dos aviões “caçadores de furacões”, o uso de drones e equipamentos oceânicos que coletam dados vitais para os modelos. O ex-chefe da unidade de especialistas em furacões do Centro Nacional de Furacões, James Franklin, alertou que a eliminação dessas operações comprometerá seriamente a capacidade de prever a intensidade e o trajeto de tempestades.
A proposta do governo Trump, incluída no orçamento para 2026, ainda não foi aprovada pelo Congresso, mas parlamentares e cientistas temem que mesmo sem aprovação formal, cortes administrativos possam ser implementados de forma unilateral. A deputada democrata Debbie Wasserman Schultz afirmou que a medida pode gerar “consequências devastadoras” e apelou por apoio bipartidário para barrar o plano.
Além disso, o orçamento elimina horas de voo e recursos para substituição das aeronaves utilizadas nas missões de reconhecimento, mesmo após o Congresso ter destinado quase US$ 400 milhões para esse fim. O laboratório de Miami, localizado em Virginia Key desde os anos 1970, é considerado peça-chave na estrutura de segurança meteorológica dos EUA, especialmente para estados como a Flórida.
Fonte: Local 10