A temporada de furacões de 2025 já começou e promete ser uma das mais intensas das últimas décadas. De acordo com a Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA), são esperadas entre 17 e 25 tempestades nomeadas no Atlântico, sendo até 7 com potencial de se tornar furacões de categoria elevada — números acima da média histórica.
Os primeiros impactos já são sentidos. Estados como Texas, Flórida, Louisiana e Carolina do Sul enfrentaram recentemente fortes tempestades e enchentes devastadoras, que resultaram em dezenas de mortos e milhares de desabrigados. No Texas, o feriado de 4 de julho terminou em tragédia após famílias que acampavam em áreas de risco serem surpreendidas por inundações repentinas.
Mas o cenário preocupante não se limita apenas aos eventos climáticos. Uma série de cortes orçamentários no sistema federal de monitoramento meteorológico gerou alarme entre especialistas. A NOAA, órgão responsável pela previsão e emissão de alertas, teve verbas reduzidas em 2025, o que compromete a manutenção de satélites, atualização de equipamentos e contratação de pessoal. Técnicos da agência já admitem que a agilidade e a precisão dos alertas podem ser prejudicadas neste momento crítico.
"A resposta rápida é o que salva vidas. Se o sistema de monitoramento falha, perdemos tempo precioso", alertou o governador da Flórida, Ron DeSantis, durante entrevista coletiva após as enchentes em Miami-Dade. Segundo ele, a situação exige reforço na cooperação entre estados e governo federal para compensar a fragilidade da estrutura atual.
O aumento da frequência e intensidade dos furacões é diretamente ligado ao aquecimento das águas do Atlântico, impulsionado pelas mudanças climáticas. Meteorologistas destacam que os ciclones estão se formando mais rapidamente e com trajetórias imprevisíveis, o que dificulta a preparação das comunidades e reduz o tempo de evacuação.
Diante de um sistema de alerta fragilizado, a prevenção individual e comunitária se torna ainda mais importante. Organizações como a Cruz Vermelha Americana e a FEMA recomendam medidas práticas para se proteger:
- Montar um kit de emergência com água, comida, lanternas, medicamentos e documentos essenciais.
- Baixar aplicativos de alerta, como o FEMA App e o NOAA Weather Radar, para receber notificações em tempo real.
- Planejar rotas de evacuação com antecedência, especialmente em regiões costeiras ou com histórico de enchentes.
- Evitar atravessar áreas alagadas, mesmo de carro, e seguir todas as recomendações das autoridades locais.
A temporada de furacões segue até 30 de novembro, e os meses de julho a setembro são tradicionalmente os mais críticos. Com previsões de clima instável, infraestrutura vulnerável e aumento dos riscos, a colaboração entre governos, imprensa e cidadãos será essencial para minimizar perdas e salvar vidas.