Com o início da temporada de furacões no Atlântico, meteorologistas enfrentam uma notícia preocupante: o encerramento definitivo do serviço que fornece dados do sensor SSMIS, uma ferramenta considerada essencial para prever e monitorar tempestades tropicais.
A Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA (NOAA) anunciou nesta semana que deixará de importar, processar e distribuir informações do Special Sensor Microwave Imager Sounder (SSMIS), instrumento presente em três satélites de baixa órbita operados em conjunto com o Departamento de Defesa. A mudança, segundo a NOAA, será “permanente”.
O SSMIS permite a observação das camadas internas de ciclones tropicais — algo que satélites convencionais de imagem visível ou infravermelha não conseguem fazer, especialmente à noite ou em áreas oceânicas remotas. Ele é responsável por cerca de metade dos dados de micro-ondas disponíveis atualmente e fornece dados cruciais para identificar o centro das tempestades, base essencial para os modelos de previsão.
Segundo cientistas, essa lacuna poderá comprometer a precisão das previsões, aumentando o risco de falhas no monitoramento de tempestades que se intensificam rapidamente. O meteorologista Matthew Cappucci alertou que a mudança “afetará negativamente as previsões das quais dependem milhões de americanos”. Já Michael Lowry, especialista da ABC, afirmou que o impacto será severo e prolongado.
A NOAA não esclareceu por que o serviço será encerrado. O Comando Espacial da Força Espacial dos EUA afirmou que os satélites continuam funcionando e que os dados ainda serão usados por órgãos militares, como a Marinha, que é responsável por processá-los — mas não confirmou se isso inclui o acesso público.
Com a temporada de furacões de 2025 prometendo ser acima da média, especialistas temem que a perda dessa ferramenta fundamental prejudique a preparação e a resposta a eventos climáticos extremos.
Fonte: ABC