Após algumas semanas de calmaria, o Centro Nacional de Furacões registrou atividade meteorológica nos trópicos com chances de se transformar em um ciclone tropical, podendo afetar a área das Ilhas Leeward até a Flórida.
De acordo com o órgão, a mancha de nebulosidade e concentração de ar identificados teriam 50% de possibilidade de se desenvolver em um ciclone nos próximos sete dias, e uma depressão tropical poderia se formar em qualquer lugar do norte das Ilhas Leeward até o sudeste das Bahamas durante essa semana.
O especialista sênior em furacões do Centro, Eric Blake, informou na previsão da madrugada de segunda-feira que uma onda tropical deve alcançar essa área de clima instável, e as circunstâncias ambientais desse encontro são propícias para a escalação dessas condições.
Embora ambas as áreas de ar viscoso estejam repletas de poeira do Saara, sua umidade combinada pode criar um bolsão úmido o suficiente para a formação de um ciclone, que deve se chamar Debby, de acordo com a lista de nomes de furacões de 2024.
“Se as condições se intensificarem, há uma série de possibilidades, desde uma bolha de umidade até uma ameaça em potencial”, afirmou Bryan Norcross, especialista em furacões da FOX Weather, em sua coluna Hurricane Intel. “As possíveis trajetórias variam desde o leste da Flórida até uma trilha pelo o Golfo do México, terminando nas ilhas montanhosas. Obviamente, temos que ficar atentos.”
A força motriz, no caso de uma formação, será uma extensa área de alta pressão atmosférica, prevista ao longo do estado da Flórida até o Golfo do México por volta do meio da semana. Até agora, o Centro Nacional de Furacões não designou o espaço como potencial área de desenvolvimento de ciclone tropical, o que daria início à execução de protocolos já estabelecidos.
Os meteorologistas afirmam que a temporada de furacões de 2024 será movimentada, apesar do mês de julho ter sido mais tranquilo. A Universidade Estadual do Colorado (CSU) aumentou o número previsto de tempestades para a temporada, que vai até o dia 30 de Novembro, de 23 episódios (previstos em 1° de junho) para 25 episódios. Os pesquisadores apontaram o furacão Beryl, que atingiu o Texas em 8 de julho, como um dos motivos para o aumento.
“O furacão Beryl, um furacão tropical profundo de categoria 5, também é um provável prenúncio de uma temporada hiperativa”, disseram os meteorologistas da CSU em seu relatório. “Prevemos uma probabilidade bem acima da média de ocorrência de grandes furacões ao longo da costa continental dos Estados Unidos e no Caribe.”
O Beryl foi o mais cedo que um furacão de categoria 5 já se formou durante a temporada. Sua rápida intensificação é a mais profunda que já ocorreu nessa época do ano. Além disso, foi também o furacão mais distante ao leste já registrado no mês de junho.
A temporada de furacões no Atlântico começa a se intensificar no início de agosto, com um pico por volta do dia 12 de setembro, quando os oceanos normalmente atingem as temperaturas mais quentes do ano e o vento se acalma. A área de formação de ciclones permanece ativa até meados de outubro, até a temperatura começar a esfriar em novembro.
O co-fundador do Weather Underground e meteorologista da Yale Climate Connections, Jeff Masters, pede cuidado redobrado. “Os habitantes da Flórida devem estar preparados para o que podem ser alguns meses muito longos e difíceis (…) As condições estão propícias para uma temporada de furacões absurda.”
Para mais informações, acompanhe a cobertura do Centro Nacional de Furacões aqui.
Fonte: Palm Beach Post