O mês de novembro chega com muitas festas para celebrar a ancestralidade negra no Museu do Pontal, na Barra da Tijuca, no Rio. Neste fim de semana, o público infantil vai se divertir com a contadora de histórias Paulinha Cavalcanti, em Contos africanos, que são narrativas do continente africano entremeadas de muita música.
Com música e encantamento,
neste sábado (1º), às 16h, a contadora vai mostrar, em Negras Palavras, tradições orais baseadas em lendas, fábulas e mitos africanos. As narrativas revelam sabedoria, valores e imaginário de diferentes culturas, transmitidos de geração em geração, por meio da fala, da música e do gesto, segundo os organizadores do evento.
No domingo (2), às 16h, será a vez da escritora, professora e também contadora Anamô Soares que, em Negras Palavras, vai fazer atividades com crianças e adolescentes, baseadas na literatura de autoria negra.
A programação inclui músicas e visitação a uma biblioteca com 50 títulos. O objetivo é estimular a leitura do público infanto-juvenil com músicas e histórias do cancioneiro popular.Exposições
A temática da ancestralidade negra está presente também nas três exposições que o Museu do Pontal vai inaugurar no fim de semana seguinte.
As mostras mudaram completamente o espaço que passa a receber uma série de festas, com diversas manifestações culturais como sambas, maracatus, folias, reisados, jongos, bois-bumbá e carimbós. No sábado (8), às 15hs, será aberta a exposição coletiva Festas, Sambas e Outros Carnavais, que permanecerá por um ano no museu, composta por trabalhos de mais de 60 artistas de 10 estados, tendo estreado em 2023, no Sesc Casa Verde, em São Paulo. Em 2024, foi apresentada no Centro Cultural Bienal das Amazônias, em Belém, e chega agora ao Rio com curadoria dos diretores Angela Mascelani e Lucas Van de Beuque.
Organizada em ilhas temáticas, a exposição é composta por esculturas, fotografias e pinturas com textos de autores convidados. Desta edição, participam jovens talentos, entre eles Guilherme Kid, Manuela Navas e Elian Almeida.
Um dos artistas é Juan Pablo, visual e performático, que nasceu e foi criado na Vila Nova Aliança, em Bangu, zona oeste da cidade. Ele apresenta pinturas e esculturas de fio de cobre, que refletem bailes funk e bate-bolas, muito comuns em sua região.
O artista visual e performático Rona, da comunidade Pretos Forros, no Lins, na zona norte do Rio, criou duas obras para o museu.
Uma delas ficará exposta no foyer, convidando o público para uma jornada festiva e lúdica. Também haverá homenagem a músicos retratados em pinturas, fotografias e esculturas. Os destaques são Cartola, Dona Ivone Lara, Martinho da Vila e Pixinguinha, pelo olhar do fotógrafo Walter Firmo; Elian Almeida, por Ismael Silva; Paulo Moura, por Sergio Vidal; Luiz Gonzaga, em escultura de Adalton Lopes; Dona Onete, em foto de Walda Marques; e Mestre Damasceno, pelas lentes de Luiz Braga.
Sérgio Vidal
Em duas galerias do mezanino, será inaugurada
no domingo (9), às 15hs, a exposição Sérgio Vidal, nas batucadas da vida. É a primeira retrospectiva da obra do artista, que tem 80 anos e está em plena atividade. As obras de Vidal podem ser vistas em museus brasileiros como Masp, Pinacoteca, Museu AfroBrasil, MAR e, no exterior, no Museun of Fine Arts,de Boston, nos Estados Unidos.

