Desde fevereiro de 2025, o governo dos Estados Unidos anunciou que pretende encerrar a produção das moedas de um centavo - as "pennies". O movimento, impulsionado pelo Trump , e implementado através do United States Mint sob a direção do U.S. Department of the Treasury, segue um modelo já adotado por países como o Canadá e a Austrália.
O argumento central gira em torno da ineficiência de produção. Em 2024, cada penny custava cerca de 3,69 ¢ para ser fabricada , mais que o seu próprio valor facial. A produção resultou em perdas de dezenas de milhões de dólares por ano para o Tesouro. Por exemplo, estimativas apontaram cerca de US$ 85,3 milhões em perdas apenas no exercício de 2024. Além disso, as pessoas acumulam pennies em potes, esquecem em caixas, e há enorme volume de moedas que praticamente não circulam.
Outro fator é a mudança no comportamento de pagamentos. O "cash" representa uma fração cada vez menor das transações. Segundo relatório do Federal Reserve, apenas cerca de 16% das compras nos EUA em 2023 foram feitas em dinheiro. Isso diminui ainda mais a utilidade prática da penny como unidade monetária circulante.
O plano prevê que a produção de novas pennies será encerrada no início de 2026. As moedas existentes permanecem em circulação e continuam como meio de pagamento legal.
Para o comércio, o impacto imediato mais visível será o arredondamento dos valores em transações em espécie. Quando o centavo deixar de ser produzido e houver escassez, muitos lojistas deverão arredondar o valor total para o 5 ¢ mais próximo (meios como 0-2¢ seriam arredondados para baixo, enquanto 3-4¢ ou 8-9¢ iriam para cima).
A economia estimada em custos de produção chega a cerca de US$ 56 milhões anuais, segundo o Tesouro. Embora seja um valor modesto frente aos trilhões de dólares em gastos públicos, representa um passo simbólico rumo à modernização monetária.
Apesar da economia para o governo, estudos do Reserve Bank de Richmond indicam que o arredondamento nas compras em dinheiro poderá custar aos consumidores cerca de US$ 6 milhões por ano. Alguns economistas, porém, alertam que o efeito pode ser muito maior, especialmente para famílias de baixa renda que dependem mais de dinheiro físico. É possível que esses consumidores acabem pagando discretamente mais por arredondamento para cima.
Relatos recentes apontam que bancos e varejistas já começam a enfrentar escassez de pennies, provocando obstáculos operacionais. Terminais de depósito de moedas estão fechando para pennies, forçando os comerciantes a "arredondar para baixo" para evitar conflitos legais. Essa logística pode gerar custos adicionais ou transtornos pontuais no curto prazo.
Ao eliminar a penny, os EUA entram na lista de países que já abandonaram a menor denominação monetária, simbolizando uma adaptação à economia digital e à redução do uso de moedas físicas.
Do ponto de vista público-financeiro, faz sentido parar de produzir uma moeda que custa mais que sua face e que quase não circula. Mas do ponto de vista social e operacional, o impacto recai sobretudo sobre quem usa dinheiro em espécie em especial pessoas de renda mais baixa ou que não têm acesso a métodos digitais.
Para muitos consumidores nascidos em economia digital ou que usam cartão, o efeito será mínimo ou imperceptível. Para outros, ao dependerem de troco ou moedas, haverá adaptação, possivelmente com pequenas perdas acumuladas via arredondamentos
O fim da penny marca um marco simbólico na história econômica dos EUA. Ele reflete custos crescentes, mudanças nos hábitos de pagamento e uma transição rumo ao dinheiro eletrônico. A economia federal ganhará com a economia de custos, mas o verdadeiro teste estará no impacto nos consumidores que ainda dependem de moedas físicas.
O que voce acha disso? Uma otima semana a todos.

