O governo Donald Trump entrou nesta quinta-feira (13) com uma ação judicial para impedir o novo mapa eleitoral aprovado pelos eleitores da Califórnia, que pode ampliar a bancada democrata na Câmara dos Deputados a partir de 2026. A medida abre um novo capítulo da chamada “guerra das cadeiras”, disputa que tende a definir qual partido controlará a Casa após as eleições de meio de mandato.
Nos EUA, deputados são eleitos por distritos, e a redefinição de suas fronteiras — o gerrymandering — pode alterar significativamente a correlação de forças no Congresso. A Proposição 50, aprovada de forma expressiva pelos californianos, redesenha os distritos de modo a potencialmente garantir aos democratas cinco cadeiras hoje republicanas.
A procuradora-geral Pam Bondi classificou a mudança como “uma descarada manobra para usurpar poder”, acusando o governador democrata Gavin Newsom de tentar consolidar o domínio partidário. O Departamento de Justiça argumenta que o novo mapa utiliza critérios raciais para favorecer eleitores hispânicos, violando a Constituição.
A ação federal se junta ao processo movido pelo Partido Republicano da Califórnia. O caso ganha contornos nacionais porque a Proposição 50 foi uma resposta direta ao redesenho do mapa do Texas, aprovado após estímulo do próprio Trump, que buscava ampliar a vantagem republicana naquele estado.
Com a disputa por cadeiras se intensificando, vários estados — como Missouri e Ohio — já adotaram ou estudam novos mapas eleitorais. A batalha mobilizou figuras de peso: Arnold Schwarzenegger se posicionou contra a proposta, enquanto Barack Obama defendeu publicamente a iniciativa.
A controvérsia também impulsiona a projeção nacional de Gavin Newsom, apontado como potencial candidato à presidência em 2028. O equilíbrio de poder no Congresso, e o futuro da agenda de Trump, podem depender do desfecho dessa disputa jurídica.
Fonte: G1

